Males do cigarro na juventude |

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Eu vou responder à pergunta do Luciano Mont. O Luciano diz assim: Drauzio, você podia fazer um vídeo sobre os males do cigarro na juventude? E como instruir – ele pôs o instruir entre aspas – e como instruir jovens como eu, fumantes que ainda não sofrem com os males do cigarro, a largarem o quanto antes esse hábito perigoso?

Olha, eu falo muito de cigarro aqui, não é? Porque… Por que que eu falo? Porque eu conheço essa droga. Eu comecei fumar com 17 anos e, quando eu comecei, eu falei: “não, eu fumar só um tempinho, aí e depois eu paro.” Nessa brincadeira, eu fumei 19 anos. 36 anos.

Então, eu provavelmente, não sou igual a você, Luciano, que fuma e a muitos outros fumantes, eu sou pior! Porque eu era médico e fumava. Eu trabalhava no Hospital do Câncer (com) maço de cigarro no bolso e dizia pros meus doentes que eles tinham que parar de fumar.

E quando eu falava, eles davam uma olhada pro meu bolso. Quer dizer, eu não tinha caráter nenhum. Eu queria fumar e acabou! E a gente fica se iludindo, a gente diz: “não, eu vou parar, lógico, agora não, agora eu briguei com a namorada, agora tô com problema, tenho exame na faculdade, eu tô um pouco nervoso… A gente sempre tem uma desculpa.

O problema do cigarro, você disse, “jovens, como eu, que não sofrem com os males do cigarro”. Duvido que você não sofra, Luciano, duvido. Ponha você numa escada para subir a escada, quero ver quanto você consegue, quantos andares você consegue subir sem pôr a língua de fora.

Eu subo com você! E eu, com o triplo da tua idade, garanto que eu tenho mais fôlego que você. Como é que a gente diz… A gente diz “o cigarro tira o fôlego”, a gente não fala assim? Mas como é? Ele vai lá e tira o fôlego com a mão? Não é isso… É que quando você fuma, aquela fuligem toda vai entrar no pulmão, os brônquios se defendem, os brônquios frecham. Eles fecham para não deixar aquilo chegar lá.

Por isso é que o fôlego fica curto. E toda aquela fumaça que vem naquela temperatura, os brônquios são ciliados. Eles têm pequenos cílios. A gente compara isso com o movimento do vento num canavial, ou num trigal, ou num arrozal, que provoca aquelas ondas…

Os brônquios, esses cílios, qual a finalidade deles? É que essas substâncias… eles produzem muco e essas substâncias irritantes que vão chegando nos brônquios mais fininhos, elas ficam presas no muco e vão sendo eliminadas sem a gente perceber, a gente engole.

Aquela fumaça que passa, queima esses cílios, eles são muito delicados; e você começa a ficar com os brônquios carecas, de modo que aí, a fuligem chega no pulmão… Chega no pulmão e como é que faz? Você começa acumular esse muco, ele não é mais eliminado espontaneamente, e aí você tosse, fumante tosse por isso, porque acumula secreção no pulmão e ele tem que expelir através da tosse.

Nós temos que nos convencer do seguinte: primeiro, cigarro não é hábito; cigarro é dependência química, é dependência de nicotina e a dependência de nicotina é a pior das dependências químicas; você fuma e imediatamente a nicotina chega no cérebro, por isso é que alivia.

Você tá louco pra fumar, você dá uma tragada, ah, você vai pro paraíso num segundo, não é? Por que? Porque a droga chega no cérebro e é assim que ela age, só que ela é eliminada depressa, e aí você tem que fumar. É a única droga que dá dependência, que dá crise de abstinência em minutos! MINUTOS.

Você fumou, 30 minutos depois, você fica impaciente, quer fumar de novo, começa a ficar ansioso; é uma dependência, é a mais difícil de largar. A gente só larga, primeiro, quando admite que é dependente e quando começa a pensar cada vez que acende o cigarro: “Por que que eu estou acendendo esse cigarro agora? Por que que eu tenho que andar com o cigarro ao alcance da mão? Eu tô aqui, toca o telefone na outra sala, eu vou atender o telefone, eu levo o maço de cigarro junto comigo.

Por que que eu faço isso? Porque eu dependo daquilo! Sem o cigarro eu fico ansioso, fico nervoso e fico nervoso por quê? Porque eu sou nervoso? Não. Eu fico nervoso porque eu tô enfrentando uma crise de abstinência.

Esse nervoso, essa vontade desesperada de fumar é uma crise de abstinência. A gente só fica livre do cigarro quando a gente se convence do grau de dependência que nós temos e para imediatamente; toma uma decisão de parar rapidamente, porque senão a gente vai adiando, adiando, adiando e quando a gente percebe fumou 19 anos, como este idiota que vos fala, aliás, ex-idiota, porque nunca mais pus um cigarro na boca. Tchau, Luciano!

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Poderá ver o vídeo no youtube Aqui

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