Jejum e Câncer: O que a Ciência Diz? | Dr. Eric Berg

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Jejum e Câncer: O que a Ciência Diz? | Dr. Eric Berg Revela 7 Mecanismos do Jejum no Combate ao Câncer

Descubra como o jejum intermitente e prolongado pode auxiliar no combate ao câncer, segundo o Dr. Eric Berg. Entenda os 7 mecanismos científicos, protocolos alimentares, inibidores naturais de cetonas e estratégias para prevenção e tratamento. Tudo com base em evidências.


Introdução: O Jejum como Aliado no Combate ao Câncer

O jejum, uma prática milenar presente em diversas tradições religiosas e médicas, está ganhando destaque na medicina moderna como uma poderosa ferramenta no combate e prevenção do câncer. Em um vídeo amplamente compartilhado no YouTube, o renomado médico e especialista em nutrição Dr. Eric Berg apresenta uma análise detalhada sobre como o jejum atua diretamente nos mecanismos celulares do câncer.

Neste artigo, vamos explorar os 7 principais mecanismos científicos que ligam o jejum ao combate ao câncer, com base nas explicações do Dr. Berg. Além disso, você vai conhecer protocolos práticos de jejum, estratégias nutricionais e inibidores naturais de cetonas que podem potencializar os efeitos terapêuticos — tudo com foco em ciência, segurança e aplicabilidade.

⚠️ Aviso Legal: Este artigo não substitui orientação médica. As informações aqui apresentadas são para fins educacionais e baseiam-se em interpretações de pesquisas científicas. Consulte sempre um profissional de saúde antes de iniciar qualquer protocolo.


1. O Câncer e a Mitocôndria Danificada: A Origem da Doença

Segundo o Dr. Berg, o câncer não surge do nada — ele começa com um dano nas mitocôndrias, as “usinas de energia” das células normais. Quando essa estrutura celular é comprometida, a célula muda seu metabolismo: deixa de usar oxigênio para produzir energia (respiração aeróbica) e passa a fermentar glicose, um processo conhecido como efeito Warburg.

Este fenômeno, descoberto pelo bioquímico Otto Warburg (vencedor do Prêmio Nobel), é uma assinatura do câncer: células cancerígenas consomem grandes quantidades de glicose, mesmo na presença de oxigênio.

➡️ Conclusão: Células normais usam oxigênio; células cancerígenas “engolem” açúcar.


2. Jejum vs. Glicose: Privando o Câncer de Combustível

O primeiro mecanismo do jejum no combate ao câncer é simples, mas poderoso: cortar a fonte de energia do tumor.

  • Durante o jejum, os níveis de glicose no sangue caem.
  • Sem glicose, as células cancerígenas ficam desnutridas.
  • Isso desacelera o crescimento tumoral e pode induzir a morte celular programada (apoptose).

👉 Dica prática: Evite dietas ricas em carboidratos refinados. Opte por uma alimentação baixa em carboidratos ou cetogênica para manter a glicose estável.


3. Bloqueio de Glutamina e Arginina: Combustíveis Alternativos do Câncer

Além da glicose, algumas células cancerígenas se alimentam de aminoácidos, especialmente:

  • Glutamina – presente em proteínas animais, trigo, soja.
  • Arginina – abundante em nozes, sementes e proteínas do soro (whey).

O jejum reduz a disponibilidade desses aminoácidos, privando o câncer de combustíveis alternativos.

O que fazer:

  • Evite whey protein e nozes ricas em arginina (exceto pistache).
  • Considere o uso de inibidores naturais como EGCG do chá verde, que bloqueia a glutamina.

Atenção: Evitar glutamina só é recomendado para quem já tem câncer. Para prevenção, a proteína é essencial.


4. Autofagia: A “Limpeza Celular” que Combate o Câncer

Um dos efeitos mais poderosos do jejum é a autofagia — um processo celular de “autoconsumo” onde o corpo recicla proteínas danificadas, organelas e resíduos tóxicos.

  • Mitofagia: limpeza das mitocôndrias danificadas (a origem do câncer).
  • Redução de inflamação crônica, um terreno fértil para o câncer.
  • Degradar carcinógenos (pesticidas, agrotóxicos, fungicidas).
  • Inibir o desenvolvimento tumoral e reduzir o tamanho de tumores.

Estudos mostram: A autofagia é ativada após 16–18 horas de jejum e atinge seu pico entre 48 e 72 horas.


5. Regeneração do Sistema Imunológico

Quimioterapia e radioterapia destroem o sistema imunológico. O jejum, por outro lado, regenera as células imunes.

  • Estimula as células-tronco da medula óssea.
  • Recria um sistema imunológico mais forte.
  • Reduz os efeitos colaterais da quimioterapia.
  • Potencializa a eficácia dos tratamentos convencionais.

Dica: Jejum durante o tratamento oncológico deve ser feito sob supervisão médica.


6. Regulação Hormonal: IGF-1, Insulina e Estrogênio

Três hormônios estão diretamente ligados ao crescimento do câncer:

HORMÔNIO
PAPEL NO CÂNCER
COMO O JEJUM AJUDA
IGF-1
Estimula crescimento celular (inclusive tumoral)
Jejum reduz drasticamente o IGF-1
Insulina
Promove inflamação e crescimento celular
Jejum baixa insulina — essencial para autofagia
Estrogênio
Associado a cânceres de mama, útero e ovário
Evitar leite, soja, pílulas anticoncepcionais

Soluções naturais:

  • Iodo de algas marinhas: regula o estrogênio.
  • DIM (Diindolilmetano): derivado de vegetais crucíferos, ajuda a metabolizar estrogênio de forma segura.

7. Cetonas: O Paradoxo do Jejum e do Câncer

Aqui está o grande dilema:

  • O jejum aumenta as cetonas (combustível alternativo).
  • Mas cetonas podem fornecer estrutura para membranas celulares cancerígenas.

Ou seja: enquanto o jejum mata o câncer por múltiplos mecanismos, as cetonas podem inadvertidamente alimentar o tumor.

A Solução: Bloquear o “Portão SCOT”

Dr. Berg apresenta uma descoberta promissora: o caminho metabólico SCOT (succinyl-CoA:3-ketoacid transferase), que permite que as cetonas sejam usadas na formação de membranas celulares pelo câncer.

Inibidores naturais do SCOT:

  1. Ácido alfa-lipóico – 1,8 g/dia (aumentar gradualmente)
  2. Garcinia cambogia – até 3 g/dia
  3. Alga vermelha – 8 g/dia
  4. Óleo de black seed (nigela) – 500 mg, 2x ao dia
  5. Alho – 500 mg, 4x ao dia (ou 2–3 dentes crus)

Esses compostos bloqueiam o “portão” SCOT, impedindo que as cetonas sejam usadas pelo câncer — sem afetar as células saudáveis, que têm outras vias metabólicas.

🧪 Pesquisa em andamento: Estudos em camundongos na Europa mostram resultados promissores com esse protocolo.


Protocolos de Jejum para Prevenção e Tratamento do Câncer Para Prevenção:

  • Jejum Intermitente 16:8: 16h de jejum, 8h de alimentação.
  • Dieta baixa em carboidratos ou cetogênica.
  • Priorize vegetais crucíferos, gorduras boas (azeite, azeite de coco) e proteínas magras.

Para Quem Tem Câncer:

  • Jejum 18:6 ou 20:4 – ou OMAD (uma refeição por dia).
  • Jejum prolongado: 2 dias por semana (com 500 calorias, se necessário).
  • Jejum mensal de 4 a 7 dias – sob supervisão médica.
  • Refeições baseadas em vegetais crucíferos (brócolis, couve, couve-flor, repolho) — até 10 xícaras por dia.
  • Proteína: peixes ricos em ômega-3 (sardinha, salmão, fígado de bacalhau).
  • Gordura: azeite extravirgem, óleo de coco, óleo de peixe.

Evite: leite, soja, alimentos processados, agrotóxicos, açúcar.


E se o Jejum Não For Viável?

Nem todos podem jejuar — especialmente pacientes frágeis, desnutridos ou muito magros. Nesse caso, o Dr. Berg sugere:

  • Dieta restrita em calorias (500 kcal/dia) em dias alternados.
  • Uso de inibidores naturais do SCOT (como listados acima).
  • Foco em alimentos anti-inflamatórios e anticancerígenos.

O objetivo é mimetizar os efeitos do jejum sem colocar o paciente em risco.


Conclusão: Jejum não é Cura, mas é uma Ferramenta Poderosa

O Dr. Eric Berg não afirma que o jejum cura o câncer. Ele destaca que o jejum é uma estratégia de suporte que:

  • Potencializa tratamentos convencionais
  • Reduz efeitos colaterais
  • Melhora a qualidade de vida
  • Previne a recorrência

A verdadeira sabedoria está em combinar o melhor da medicina tradicional com o poder da biologia natural — como o jejum, a nutrição e a regulação hormonal.

Mensagem final: A prevenção é a melhor cura. Comece hoje: jejue 16 horas, coma mais brócolis, reduza açúcar e proteja seu corpo da inflamação.


Fontes e Leitura Recomendada:

  • Estudos sobre o Efeito Warburg (Nobel de Medicina, 1931)
  • Pesquisas sobre autofagia (Nobel de Fisiologia, 2016)
  • Dr. Valter Longo – FMD (Dieta da Mimética de Jejum)
  • Dr. Thomas Seyfried – Cancer as a Metabolic Disease

Poderá ver o vídeo no youtube Aqui

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