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Porque é que se fala tanto de diabetes ligado a esta pandemia de um vírus chamado coronavírus? Porque se percebeu desde o início que as pessoas mais frágeis, contrariamente a outras epidemias, as pessoas mais frágeis são as pessoas mais idosas.
E dentro das pessoas com mais idade são as pessoas que ou têm doenças de coração, doenças dos pulmões ou diabetes – são as três grandes condições que nas pessoas com mais idade se tornam um fator de prognóstico, portanto uma probabilidade mais elevada de as coisas não correrem bem. Dizendo isto, os números não são tão altos como às vezes se pensa.
O que sabemos hoje é que não temos conhecimentos muito grandes, mas vamos permanentemente tendo conhecimentos, o que sabemos hoje é que a cima dos 60 anos é a população que tem mais risco de poder vir a ter complicações graves, recorrer aos cuidados intensivos e portanto ter alguma infelicidade de poder
vir a morrer.
Mas mesmo estes números, dentro desta população atingida, não ultrapassam números de 15% dos que tiveram doença e portanto é preciso não correr um alarme mas prevenirmo-nos e sabermos aquilo que podemos fazer.
O que temos vindo a dizer às pessoas com diabetes é claramente que se trata de uma população acima dos 60 anos sigam as instruções que são dadas pela Direção-Geral da Saúde e pelas autoridades de uma forma ainda mais rigorosa do que aquilo que poderão estar a fazer, ou seja, devem levar à letra todas essas indicações – desde o lavar as mãos, ao quando volta para casa
descalçar-se, eventualmente se esteve em contacto com outras pessoas mudar a roupa, evitar a proximidade, os cuidados sempre que tosse ou sempre que espirra – enfim, todos esses cuidados que têm sido dados são absolutamente mais rigorosos e eu pessoalmente penso mesmo que as pessoas com 70 anos só devem sair para um pequeno passeio, ou para ir comprar os bens absolutamente essenciais.
E esse pequeno passeio terá de ser individualmente e numa zona resguardada de pessoas e portanto não com uma grande afluência de pessoas. As pessoas com 60 anos também já devem começar
a ter esta mesma preocupação e portanto acima dos 60 anos. Não há neste momento qualquer estudo que diga que o tipo de diabetes, que é mais relevante ou não, aquilo que sabemos é que há um risco e que esse risco pode ser prevenido se tivermos condições para levar a cabo tudo aquilo que designamos. Agora, se vamos fazer quarentena, se vamos para casa temos de saber organizarmo-nos para que isso possa ser eficaz.
E aqui temos de contar com a rede de vizinhos, com a rede de amigos, com a rede de familiares acima de tudo com a rede familiar, para que seja levado quer os alimentos que sejam necessários e portanto aí as pessoas devem ter essa preocupação e as pessoas com diabetes devem ter a preocupação de ter a medicação necessária. Começámos por aconselhar, a Associação dos Diabéticos começou por aconselhar a terem a medicação para um mês, neste momento dizemos mesmo que devem ter a medicação para tês meses em casa e portanto que isso é absolutamente fundamental.
Em relação à medicação deixem-me que diga que houve algum alerta e algum alarme de muitas das falsas notícias que correm,
que os medicamentos para a diabetes não existe absolutamente nada contra os medicamentos para a diabetes, absolutamente falsa esta noção, portanto as pessoas devem ter a sua medicação habitual e obviamente devem ter um controlo maior da doença.
Aí há dois aspetos que queria chamar à atenção – um a hidratação, as pessoas não se podem esquecer de beber líquidos principalmente se a temperatura aumentar e como parece ser o caso e por outro lado terem um controlo adequado da diabetes e para isto precisam de medir a glicemia, precisam de ir acompanhando como é que ela evolui e se começarem a perceber que existe uma descompensação, telefonarem ao seu médico ou se já têm medidas que já sabem tomar de emergência para controlar essa situação devem acioná-las.
Obviamente que as pessoas devem reconhecer os primeiros sinais e sintomas e não devem ir a correr só porque tiveram contacto com um possível grupo de pessoas infetadas, devem esperar – neste momento ir para os hospitais,
ou para todos os sítios onde existam muitas pessoas é uma situação de risco e portanto deve-se evitar, portanto devem ligar para a linha de Saúde24, para tentar encontrar a solução, a melhor indicação para onde se dirigir.
Atenção que às vezes esta linha demora, temos tempo à que ir repetindo a tentativa de chamada que ela virá quase seguramente,
todos os dias tem estado a aumentar a capacidade de resposta e aí será dada a orientação se é para fazer análises, se é para ficar em casa, se é para recorrer a um hospital. Queria deixar um último ponto que a organização ao nível local vai ser muito reforçada nos próximos dias, a Direção Geral da Saúde e o Ministério da Saúde já fala na distribuição ao domicílio de alimentos, há quem comece
a organizar também a distribuição de alimentação ao domicílio e portanto há que estar atento a todas esta notícias.
Não é fácil estar em casa, não é fácil estar separado das suas rotinas habituais e para isso devemos fazer um esforço de organização
de fazer horas, estipular exercícios físicos para fazer, estipular tempos para leitura, tempos para informação, tempos para contactar com a família através do telefone ou da
internet, se tiverem essa possibilidade e portanto há que organizarmo-nos para que este período seja mais fácil de passar em segurança, prevenindo toda e qualquer complicação
que possa aparecer. As pessoas com diabetes serão aqui iguais
a todas as outras, tendo que tomar todas as precauções mas acima de tudo, voltava a repetir, as pessoas com mais de 60 anos devem tomar cuidados mais rigorosos porque é a sua vida, a sua saúde e o seu bem estar que está em jogo.
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