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No nosso último vídeo, falamos sobre como a atenção é uma capacidade cognitiva fundamental dos nossos cérebros. Se ainda não viu o último vídeo, veja ele antes de continuar.
Algumas pessoas são mais atentas de um modo geral, outras pessoas são bem desatentas. Quando uma pessoa possui uma capacidade muito menor que a maioria das pessoas da sua idade e isso a prejudica muito, é possível que seja um caso de TDAH.
O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, mais conhecido como TDAH, é um transtorno reconhecido pela Organização Mundial da Saúde e que tem como principais sintomas desatenção excessiva, inquietação e impulsividade.
Todas crianças e adultos são, em algum nível, inquietos, desatentos e impulsivos. Isso não quer dizer que essas pessoas tenham TDAH. Pra identificar casos de TDAH, é importante que seja feita uma avaliação sobre vários aspectos da vida da pessoa.
Por exemplo, o diagnóstico demanda entre outras coisas que esses sinais ocorram em diferentes contextos, que sejam distoantes de pessoas da mesma faixa etária, sejam prolongados e prejudiquem consideravelmente a vida da pessoa.
Os sintomas do TDAH surgem na infância e na maioria dos casos acompanha a pessoa até a fase adulta, embora os sintomas diminuam com o tempo.
Como já falamos antes, várias regiões do córtex frontal do cérebro são importantes na regulação das emoções e do autocontrole. Pessoas com TDAH tendem a possuir um funcionamento diferente nessa região.
O córtex frontal de pessoas com TDAH costuma ser menor do que o de pessoas sem TDAH e exibir níveis menores de ativação do que seria esperado em algumas regiões.
Além disso, neurotransmissores importantes pro funcionamento do córtex frontal, tais como a noradrenalina e a dopamina. costumam estar presentes em níveis menores no cérebro dessas pessoas.
O TDAH tem um forte componente genético que pode ajudar a explicar essa diferença no funcionamento cerebral. Por exemplo, parentes de pessoas diagnosticadas com TDAH têm uma chance muito maior de também ter TDAH do que parentes de pessoas que não têm TDAH.
Mas ao que tudo indica, os genes resultam em uma pré-disposição para desenvolver o TDAH, embora outros fatores também possam ser importantes, tais como o consumo de drogas por parte da mãe durante a gestação.
Um dos recursos mais comuns no tratamento do TDAH são medicações baseadas em um composto químico chamado de metilfenidato e comercialmente conhecido como ritalina.
A ritalina tende a deixar a pessoa com maior autocontrole e concentração do que é normal pra ela e geralmente não leva à efeitos colaterais ruins.
Essa é uma das razões pelas quais há tanta procura por remédios como esse. Mas o uso inadequado pode levar à efeitos colaterais como dores, enjôo, insônia e outros.
Por isso, é uma medicação que só deve ser usada com a recomendação e o acompanhamento de um profissional competente. O não tratamento do TDAH pode trazer sérios prejuízos para a vida de uma pessoa.
Algumas pesquisas indicam que pessoas com TDAH têm
mais chance de ter um menor nível de escolaridade, maior envolvimento com acidentes de trânsito, abuso de drogas e divórcio.
Como o diagnóstico do TDAH depende de informações
subjetivas e potencialmente enviesadas como o relato dos pais, erros de diagnóstico e prescrições inapropriadas de medicação são problemas que podem ocorrer.
Mas realizar diagnósticos e prescrever medicações não são um problema, o problema é fazê-los de maneira inapropriada assim como seria no caso de qualquer outro transtorno.
Nas condições ideais, o diagnóstico e a medicação podem ser muito úteis. Com um tratamento adequado, boa parte das crianças chegam à fase adulta com menos dificuldades e melhor adaptadas aos meios em que vivem.
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