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Diferença entre Crises de Ansiedade, Ataques de Pânico e Transtorno de Pânico
Muitas pessoas usam os termos “crise de ansiedade”, “ataque de pânico” e “transtorno de pânico” de forma intercambiável. Embora todos compartilhem sintomas semelhantes, como o medo e o desconforto, cada um tem características distintas e, portanto, exige tratamentos específicos. Neste artigo, vamos explicar as diferenças entre esses distúrbios e como abordá-los adequadamente.
O que é uma Crise de Ansiedade?
A crise de ansiedade é caracterizada por um aumento gradual do medo ou do estresse, muitas vezes associado a uma situação específica ou a um evento que está por acontecer, como uma apresentação no trabalho, problemas financeiros ou questões familiares. De acordo com o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), a crise de ansiedade não é uma categoria formalmente diagnosticada, mas envolve uma sensação crescente de desconforto e apreensão. Normalmente, as crises de ansiedade podem durar até 30 minutos e são o resultado de um acúmulo de tensões ao longo do tempo.
O que é um Ataque de Pânico?
Os ataques de pânico, por outro lado, ocorrem de maneira repentina e intensa. Eles são descritos como uma explosão de medo ou desconforto, que pode ocorrer sem qualquer aviso prévio. De acordo com o DSM-V, um em cada três indivíduos experimentará pelo menos um ataque de pânico ao longo da vida. Existem dois tipos principais de ataques de pânico: inesperados, que surgem sem qualquer motivo aparente, e esperados, que ocorrem como resposta a um medo específico, como o medo de cobras ou de espaços fechados.
Os ataques de pânico geralmente duram menos de 10 minutos, mas podem ser extremamente intensos. Os sintomas incluem aceleração dos batimentos cardíacos, dificuldade para respirar, sensação de desmaio, tontura, náusea, tremores e até uma sensação de “irrealidade” ou distanciamento da própria realidade.
O que é o Transtorno de Pânico?
O transtorno de pânico é diagnosticado quando uma pessoa sofre de ataques de pânico recorrentes. Os sintomas são semelhantes aos de um ataque de pânico, mas, no caso do transtorno, esses episódios ocorrem com regularidade e podem gerar um medo constante de que um novo ataque de pânico aconteça a qualquer momento. O transtorno de pânico também é caracterizado por três sintomas principais:
- Desrealização – A sensação de que o mundo ao redor está irreal ou distante.
- Medo de ataque cardíaco – Uma sensação de que a pessoa pode ter um ataque cardíaco a qualquer momento.
- Medo de desmaio ou hiperventilação – A sensação de que a pessoa pode desmaiar ou perder o controle devido à respiração acelerada.
Diferenças Principais entre Crises de Ansiedade e Ataques de Pânico
Embora crises de ansiedade e ataques de pânico compartilhem muitos sintomas, como a aceleração do batimento cardíaco, a principal diferença está no modo como esses episódios acontecem. As crises de ansiedade geralmente se acumulam ao longo do tempo, enquanto os ataques de pânico são repentinos e intensos. Além disso, o transtorno de pânico é caracterizado pela recorrência desses ataques, o que pode levar a uma vida de constante medo de novos episódios.
Como Tratar Crises de Ansiedade, Ataques de Pânico e Transtorno de Pânico?
O tratamento para crises de ansiedade e ataques de pânico pode incluir técnicas de relaxamento, meditação, terapia cognitivo-comportamental (TCC) e o gerenciamento do estresse geral. Dormir o suficiente, praticar atividades físicas regulares e limitar o consumo de álcool e nicotina também são recomendados.
No entanto, quando se trata de transtorno de pânico, o tratamento pode ser mais complexo. Técnicas de enfrentamento e terapia cognitivo-comportamental podem ser eficazes, mas a abordagem para o transtorno de pânico deve incluir o gerenciamento do medo do medo, pois muitas vezes a ansiedade sobre os ataques de pânico desencadeia ainda mais ataques. Ao contrário das crises de ansiedade, onde a preocupação pode ser reduzida por métodos como a respiração profunda, tentar forçar a calma durante um ataque de pânico pode piorar a situação, pois isso envia um sinal ao cérebro de que a experiência é perigosa e deve ser evitada.
Estratégias para Tratar a Ansiedade e Ataques de Pânico
Para as crises de ansiedade, técnicas de relaxamento, como respirar profundamente, reduzir o estresse e praticar exercícios físicos podem ajudar. A chave é reduzir gradualmente os níveis de tensão, permitindo que a ansiedade se dissipe ao longo do tempo. Por exemplo, exercícios de respiração profunda e a técnica 3/3/3 (olhar para três coisas, ouvir três sons e tocar três objetos) são úteis para se reconectar com o momento presente.
Entretanto, para o transtorno de pânico, tratar as crises de pânico de forma reativa, com simples respiração profunda ou distração, pode ser ineficaz. Em vez disso, é essencial aprender a aceitar o pânico e mudar a percepção de que ele é uma ameaça. Isso pode ser feito com a ajuda de um terapeuta e por meio de técnicas avançadas de terapia cognitivo-comportamental, que ajudam a reduzir a preocupação com os ataques de pânico e ensinar como lidar com os sintomas de maneira mais eficaz.
Conclusão
Embora as crises de ansiedade e os ataques de pânico compartilhem alguns sintomas semelhantes, os tratamentos são diferentes, e é importante entender essas distinções. As crises de ansiedade podem ser abordadas com a redução gradual do estresse, enquanto os ataques de pânico e o transtorno de pânico exigem uma abordagem mais específica para lidar com o medo do medo. Para quem sofre de transtorno de pânico, a aceitação e a mudança na forma de lidar com o pânico são fundamentais para uma recuperação eficaz.
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