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Artigo: Entendendo a Neurodivergência e a Importância da Conscientização
Então, já começo com um disclaimer importante: este vídeo não deve servir de base para diagnóstico de ninguém. Meu objetivo é falar sobre desordens psicológicas, um tema crucial que afeta aprendizado, carreira, relacionamentos e a vida em geral. Este provavelmente será o único vídeo onde abordarei esse assunto, então será denso, como de costume.
Por que falar sobre isso?
Muitos de vocês podem estar pensando: “Akita, você não é psicólogo, nem nada. Vai regra até nisso?” E têm toda a razão em pensar assim. Este não é um assunto para ser discutido sem cuidado. Nada do que eu vou dizer hoje é uma recomendação, muito menos substitui consultar um especialista licenciado. Nem este vídeo, nem nenhum outro que você encontrar online — especialmente nos TikToks da vida — representam qualquer tipo de solução. Life hacks são divertidos de compartilhar, mas a intenção aqui é aumentar a conscientização sobre o problema, contribuir para tirar o estigma e desmistificar alguns mitos. Tudo o que vou falar tem base científica, com toneladas de pesquisas por trás.
Minha experiência e interesse
Meu interesse por esse tema existe porque, ao longo dos anos, sempre acabei me relacionando com pessoas neurodivergentes. Eu não gosto de não entender o que está acontecendo. Mais do que isso, eu mesmo sou neurodivergente. Fui diagnosticado com TEA (Transtorno do Espectro Autista) nível 1 por um psicólogo há um ano. Portanto, também queria entender um pouco mais como minha própria cabeça funciona.
Neurotípicos vs. Neurodivergentes
Para começar, é importante entender que todos nós somos considerados neurotípicos ou neurodivergentes. Neurotípico é um termo usado para descrever pessoas com desenvolvimento neurológico ou padrões de comportamento considerados típicos ou normais para determinada idade ou cultura. Já neurodivergente descreve pessoas cujo desenvolvimento neurológico e padrões de comportamento são considerados atípicos. Isso pode incluir condições como TEA (Transtorno do Espectro Autista), TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), dislexia e outras condições de processamento cognitivo, sensorial ou emocional.
É crucial entender que neurodivergência não é uma patologia ou doença, mas uma variação nas funções neurológicas. Pessoas neurodivergentes podem sofrer com problemas, mas também podem ter formas únicas de esforço, perspectiva e jeitos de interagir com o mundo que têm muito valor.
O problema do estigma
O problema é que, sem as informações adequadas, quem sofre disso pode achar que é uma doença. E como não é algo visível, como uma perna amputada, essa pessoa pode sentir muita vergonha e culpa, evitando procurar o tratamento adequado. Todos os transtornos psicológicos são espectros, o que significa que não existe um tratamento geral para todo mundo. Sem o entendimento correto, muitos podem cair em problemas maiores.
Sintomas e impactos
Vamos ilustrar com algumas perguntas: você costuma ter pensamentos de que não é bom o suficiente? Supervaloriza seus fracassos e subestima seus sucessos? Isso te leva a pensar que ninguém liga para você ou vai deixar de ligar? Você se sente constantemente cansado, indisposto, com a sensação de que está meio doente? Se sim, é possível que você esteja experimentando sintomas de depressão, TDAH, autismo ou outros transtornos.
TDAH: Mais do que falta de atenção
Um dos transtornos mais discutidos atualmente é o TDAH. A primeira impressão é que se trata de uma pessoa que tem dificuldade de prestar atenção em qualquer coisa. Mas não é bem assim. Uma criança diagnosticada com TDAH pode, por exemplo, ficar horas jogando Fortnite, mas não consegue prestar atenção na aula. Isso não significa que ela é preguiçosa, mas que seu cérebro funciona de maneira diferente.
O TDAH é uma desordem do sistema executivo no cérebro, responsável por organização de tarefas, tempo e tomada de decisões. Pessoas com TDAH têm uma montanha russa de atenção, com momentos de hiperfoco e outros de completa distração. Isso não é um superpoder que pode ser ativado quando bem entender; é uma condição que afeta negativamente a vida da pessoa.
O TDAH é frequentemente mal compreendido. Não se trata apenas de “falta de atenção”, mas de uma desordem complexa que afeta o sistema executivo do cérebro, responsável por organização, planejamento e tomada de decisões.
- Hiperfoco e impulsividade:
- Pessoas com TDAH podem entrar em estados de hiperfoco, onde se concentram intensamente em algo que as interessa. No entanto, esse estado não pode ser controlado e muitas vezes ocorre em momentos inadequados.
- A impulsividade é outra característica marcante, levando a decisões impensadas e dificuldades em seguir rotinas.
- Impactos na vida:
- O TDAH pode afetar negativamente a vida escolar, profissional e pessoal. Pessoas com TDAH muitas vezes se sentem incompreendidas e julgadas como “preguiçosas” ou “desorganizadas”.
- Sem tratamento, o TDAH pode levar a problemas como ansiedade, depressão e baixa autoestima.
- Metáfora do editor de texto:
- Imagine que o cérebro de uma pessoa com TDAH é como um editor de texto sem a função “salvar”. Ela precisa manter o documento aberto o tempo todo ou corre o risco de perder o progresso. Isso ilustra a dificuldade em mudar de tarefas ou manter a atenção em atividades menos interessantes.
A importância do diagnóstico e tratamento
É essencial entender que transtornos psicológicos não são uma chave de liga/desliga. Eles são espectros, com graus de severidade variáveis. O tratamento deve ser personalizado, e só um profissional licenciado pode identificar as variáveis e como tratar cada caso específico. Medicamentos como Ritalina ou Adderall podem ser necessários, mas não são uma solução mágica. Eles são como insulina para um diabético: ajudam a regular o que o corpo não consegue fazer sozinho.
Conclusão
Se você se identificou com algumas das características que discuti, procure um especialista. Não é sua culpa, e há formas de melhorar drasticamente sua qualidade de vida. Não caia em soluções mágicas ou life hacks da internet. O caminho é com medicamentos corretos, terapia adequada e um bom especialista.
Este vídeo não é para dar diagnósticos, mas para aumentar a conscientização. Se você se relacionou com algum dos sintomas, procure ajuda. E se você é neurotípico, espero que este vídeo ajude a entender melhor as pessoas neurodivergentes ao seu redor.
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Referências e canais recomendados:
- Dra. Tracy Marks: Psiquiatra com vídeos informativos e bem explicados.
- Dr. K (Healthygamer): Explicações sólidas e embasadas em pesquisas, com ressalvas para o coaching online que ele vende.
- AspieWorld: Canal que fala sobre autismo, mas com um estilo que pode não agradar a todos.
Lembre-se: se você tem dúvidas sobre sua própria condição, consulte um especialista. Este vídeo é apenas para conscientização e informação.
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