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Depressão: Além da Tristeza
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Ter depressão não é simplesmente estar triste. É sentir que você não consegue lidar com a vida, como se estivesse no fundo de um poço sem possibilidade de sair, e o pior de tudo é que, no fundo, você não se importa se sai ou não. A tristeza é uma emoção normal que faz parte da vida; podemos nos sentir tristes diante de um problema, o fim de um relacionamento amoroso, a perda de um ente querido ou muitas outras circunstâncias. No entanto, a tristeza não é depressão. Para falar de depressão, é necessário atender a uma série de critérios especificados no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM).
Sintomas da Depressão
Uma pessoa com depressão está triste a maior parte do dia, na maioria dos dias. É provável que ela tenha perdido o interesse ou a capacidade de sentir prazer com atividades, lugares ou pessoas que antes a faziam se sentir bem. É como perder o olfato por causa de um resfriado: você sabe que algo deveria ter cheiro, mas não consegue percebê-lo.
Além disso, é comum que surjam problemas de concentração, embotamento mental, fadiga extrema ou perda de energia. A pessoa deprimida pode experimentar sentimentos excessivos de inutilidade ou culpa. No nível físico, pode apresentar insônia ou hipersônia (dormir demais), e é comum que passe grande parte do dia na cama ou no sofá. Também pode haver uma perda significativa de peso sem fazer dieta.
No nível motor, a pessoa pode se sentir muito agitada ou, ao contrário, muito lenta, fazendo tudo muito devagar, algo que os outros também percebem. Em muitos casos, há pensamentos recorrentes sobre morte e suicídio, e frequentemente se adicionam sintomas de ansiedade, o que complica ainda mais o quadro.
Diagnóstico e Tratamento
Para diagnosticar depressão, não é necessário atender a todos esses critérios; basta que 5 dos 9 sejam atendidos por duas semanas seguidas. Imaginar duas semanas inteiras se sentindo assim é terrível.
Quando falamos de depressão clínica, o mais recomendável é buscar ajuda profissional. Embora em alguns casos ela possa desaparecer espontaneamente, a maioria tende a se cronificar sem um tratamento adequado. Quanto mais cedo for o tratamento, maior será a probabilidade de sucesso.
Uso de Medicamentos
Nem todos os casos de depressão requerem medicação. Isso é algo que deve ser avaliado pelo psicólogo ou psiquiatra que atende o paciente. Os antidepressivos não funcionam como outros medicamentos; eles têm um “período de latência terapêutica”, o que significa que desde o início do tratamento até a percepção de melhora podem passar várias semanas, durante as quais apenas os efeitos colaterais são sentidos. O tratamento geralmente é longo, pelo menos de 6 a 9 meses, e frequentemente mais de um ano. Nunca se deve tomar um antidepressivo sem prescrição médica nem parar de repente sem supervisão.
Terapia Cognitivo-Comportamental
Quando um paciente com suspeita de depressão vai à consulta, a primeira coisa que o psicólogo faz é realizar um diagnóstico para confirmar o que realmente está acontecendo. É importante distinguir o que É depressão do que PARECE ser depressão, descartando distúrbios hormonais, demência, efeitos de medicamentos ou simplesmente tristeza.
Uma das abordagens terapêuticas mais comuns e com maior respaldo empírico é a terapia cognitivo-comportamental, baseada no modelo de Beck. Explica-se ao paciente o que é depressão e o que está acontecendo com ele de uma forma compreensível, às vezes usando metáforas como o “monstro” ou “ente externo”, representando a depressão como algo que manipula seus pensamentos e percepções.
Na consulta, explica-se ao paciente o modelo ABC de Ellis para que ele entenda como seus pensamentos funcionam e a influência que têm sobre suas emoções. Ensinam-se as principais distorções cognitivas e estratégias para racionalizá-las e substituí-las por outras mais adaptativas. Além disso, buscam-se estratégias de resolução de problemas e de aumento de atividades cotidianas para que o paciente gradualmente recupere seu nível de funcionamento anterior.
Conclusão
A depressão é uma doença incapacitante que vai além de estar desanimado ou triste. Requer tratamento adequado e precoce para evitar que se torne crônica. A terapia cognitivo-comportamental, juntamente com o planejamento de atividades progressivas e o treinamento em habilidades necessárias, pode ser muito eficaz para ajudar o paciente a se recuperar e prevenir futuros episódios.
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