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Mitos e Verdades sobre o Câncer de Mama: Tudo o que Você Precisa Saber
Olá, meu nome é Priscila Santos, sou médica mastologista no Instituto Amato, e hoje vamos abordar alguns dos principais mitos e verdades relacionados ao câncer de mama. Essa é uma doença muito comum, sendo o segundo tipo de câncer mais frequente e a principal causa de mortalidade entre as mulheres, o que destaca sua importância.
Apesar disso, o câncer de mama é curável quando diagnosticado precocemente. No entanto, existem muitos mitos que precisam ser desvendados para garantir que as mulheres se cuidem da melhor maneira possível.
1. Mito: “Não tenho casos de câncer de mama na família, então não preciso me preocupar.”
Essa é uma crença equivocada. A maioria dos casos de câncer de mama não está relacionada à história familiar ou herança genética. Esses casos são chamados de esporádicos, ou seja, surgem sem histórico familiar. Por isso, mesmo quem não tem parentes com câncer de mama deve se preocupar em fazer os exames de rastreamento regularmente.
2. Verdade: A mamografia é o exame mais importante.
A mamografia é o principal exame para a detecção precoce do câncer de mama e deve ser realizada anualmente a partir dos 40 anos. Outros exames, como a ressonância magnética, podem ser indicados em alguns casos, mas o que realmente comprovadamente reduz a mortalidade é a mamografia.
3. Mito: “Todo nódulo na mama é câncer.”
Essa afirmação não é verdadeira. A maioria dos nódulos que aparecem nas mamas são benignos. Se você sentir um nódulo, é importante consultar um médico para ser devidamente examinada e realizar os exames necessários, pois muitos nódulos não representam risco.
4. Mito: “Se um nódulo crescer, significa que é câncer.”
Outro equívoco comum. Nódulos benignos também podem crescer, e o aumento do nódulo não significa necessariamente que ele seja maligno.
5. Mito: “Faço autoexame todo mês, então não preciso de mamografia.”
Embora o autoexame seja uma boa prática, ele não substitui a mamografia. O exame de imagem pode identificar nódulos antes que eles sejam palpáveis, aumentando significativamente as chances de cura. Quando um nódulo já é detectável ao toque, ele geralmente está em um estágio mais avançado.
6. Mito: “A biópsia espalha o câncer.”
Muitas mulheres têm medo de realizar a biópsia por acreditarem que isso pode espalhar o câncer. No entanto, esse é um mito. Se o seu médico indicar uma biópsia, fique tranquila. Esse é um procedimento seguro e não fará com que a doença se espalhe.
7. Mito: “O uso de desodorantes aumenta o risco de câncer de mama.”
Esse é outro mito bastante comum. Alguns estudos antigos sugeriram uma possível ligação entre desodorantes e o aumento de tumores em uma área específica da mama, mas isso foi desmentido. A maioria dos tumores ocorre em regiões com maior concentração de tecido mamário, não por causa do uso de desodorante. Portanto, você pode continuar usando desodorantes normalmente.
8. Mito: “Prótese de silicone aumenta o risco de câncer de mama.”
A prótese de silicone não aumenta o risco de câncer de mama e também não impede a realização da mamografia. Existem técnicas específicas para realizar o exame em mulheres com prótese, garantindo que todo o tecido mamário seja examinado corretamente.
Para mais informações sobre o câncer de mama e outras doenças que afetam as mulheres, acesse nosso site ou siga-nos nas redes sociais.
O que Causa Câncer de Mama? (Explicação de Pesquisadora de Câncer)
O câncer de mama é uma das principais preocupações para muitas mulheres e, embora possa parecer que certos fatores controláveis, como dieta ou estresse, sejam os culpados, as causas do câncer de mama são mais complexas. Neste artigo, vamos abordar os fatores conhecidos que podem levar ao desenvolvimento do câncer de mama, desmistificando alguns mitos e oferecendo dicas práticas para reduzir o risco.
Fatores Genéticos
Apenas cerca de 10% dos casos de câncer de mama estão relacionados a fatores genéticos, como as mutações dos genes BRCA1 e BRCA2, que podem ser herdadas ou ocorrer espontaneamente. Isso significa que, em uma pequena porcentagem dos casos, o histórico familiar é um indicativo direto da predisposição ao câncer. No entanto, ainda existem mutações genéticas não identificadas que podem ser responsáveis por muitos casos em que os testes genéticos retornam negativos, como aconteceu com uma mulher citada no vídeo que tinha um histórico familiar extenso de câncer, mas sem nenhuma mutação genética detectável.
Mutação no DNA
Nos outros 90% dos casos, o câncer de mama surge de uma mutação no DNA de uma célula saudável ao longo do tempo. Essas mutações podem ocorrer espontaneamente ou devido à exposição a certos fatores como produtos químicos cancerígenos, como nicotina e álcool. No entanto, muitas dessas mutações são aleatórias e acontecem sem motivo claro.
Nosso corpo é programado para detectar e eliminar células defeituosas antes que se tornem cancerosas. No entanto, se a mutação ocorrer em um momento específico no ciclo de vida da célula, essa célula defeituosa pode passar despercebida e começar a se multiplicar, levando ao desenvolvimento do câncer.
Idade e Outros Fatores de Risco
O câncer de mama é mais comum em pessoas mais velhas, uma vez que suas células já passaram por muitos ciclos de replicação, aumentando a chance de mutações no DNA. Além disso, cerca de 85% dos diagnósticos de câncer de mama ocorrem após os 45 anos, e quase 50% dos casos acontecem após os 65 anos.
Outro fator de risco é ter seios densos, que podem dificultar a detecção do câncer por meio de mamografias, embora ainda não esteja claro por que mulheres com seios densos têm um risco aumentado.
Exposição ao Estrogênio
A exposição ao estrogênio durante a vida também pode influenciar o desenvolvimento do câncer de mama, particularmente em casos de câncer ER positivo, onde o estrogênio pode estimular o crescimento das células cancerígenas. Mulheres que tiveram a menarca antes dos 12 anos ou passaram pela menopausa após os 55 anos tiveram uma maior exposição ao estrogênio, o que pode aumentar ligeiramente o risco. No entanto, esse é um fator fora de controle e não deve ser motivo de preocupação.
O que Fazer para Reduzir o Risco?
Embora não haja como garantir a prevenção total do câncer de mama, existem algumas medidas que podem ajudar a reduzir o risco, tanto para quem nunca foi diagnosticada quanto para quem já teve a doença:
- Limitar o consumo de álcool: O álcool é um carcinógeno reconhecido, e seu consumo pode aumentar o risco de câncer de mama ao elevar os níveis de estrogênio no corpo. Beber menos de sete doses por semana aumenta o risco em cerca de 9%, mas diminuir para menos de quatro doses semanais reduz esse risco para 4%.
- Manter um peso corporal saudável: O excesso de peso está associado ao aumento do risco de câncer de mama, especialmente após a menopausa. Controlar o peso, apesar das dificuldades, pode ser um fator importante na redução do risco.
- Exercícios direcionados: A prática de exercícios físicos é uma das maneiras mais eficazes de reduzir o risco de câncer de mama. Estudos indicam que a combinação de exercícios de baixa intensidade com treinamento de força pode reduzir o risco em até 59%.
Conclusão
O câncer de mama é uma doença complexa, com fatores de risco tanto dentro quanto fora do nosso controle. Embora fatores genéticos e exposição ao estrogênio possam aumentar o risco, há várias maneiras práticas de reduzir as chances de desenvolver a doença, como evitar o álcool, manter um peso saudável e praticar exercícios regularmente. Além disso, a detecção precoce por meio de exames regulares continua sendo uma das melhores formas de combater o câncer de mama.
Agora que você entende melhor o que causa o câncer de mama, pode começar a tomar medidas concretas para proteger sua saúde.
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