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Descubra os perigos do excesso de álcool.
O álcool abrange diferentes compostos químicos, tais como o metanol e o propanol. O tipo de álcool mais comum de ser encontrado nas bebidas alcoólicas é o etanol e é dele que vamos falar hoje toda vez que usarmos os termos álcool e etanol. Na natureza, o etanol resulta da fermentação do açúcar.
Essa fermentação é feita por fungos conhecidos como leveduras que consomem o açúcar e, nesse processo, acabam gerando etanol e dióxido de carbono. Já faz tempo que as pessoas aprenderam a usar a fermentação pra produzir bebidas alcoólicas e de lá pra cá muita gente já ficou bêbada nesse mundão.
O etanol presente em uma bebida alcoólica que você ingeriu é entendido pelo seu corpo como um veneno do qual ele precisa se livrar. Pra eliminar o etanol do corpo, o fígado precisa quebrar o etanol em partes menores.
Pra isso, ele libera uma enzima que converte o etanol em acetaldeído e outra enzima que converte o acetaldeído em acetato. Se você estiver bebendo pouco, o seu fígado provavelmente conseguirá manter um nível baixo de etanol no seu sangue, mas se você beber muito ele não vai conseguir te acompanhar.
O excesso de etanol que o seu fígado não conseguir quebrar vai pra sua corrente sanguínea e depois vai parar no seu cérebro. Chegando lá, o etanol vai ter vários efeitos como ativar o sistema de recompensa do cérebro, estimular a liberação de dopamina e alterar a comunicação entre os neurônios.
Uma das coisas que o etanol faz é interferir com a ação de neurotransmissores como o GABA e o glutamato. O GABA reduz a quantidade de sinais enviados entre os neurônios enquanto o glutamato aumenta. O etanol tende a aumentar os efeitos do GABA e reduzir os efeitos do glutamato no cérebro. O resultado disso é que tudo fica mais devagar no cérebro porque o etanol acaba reduzindo a troca de sinais entre os neurônios.
É dai que surgem os efeitos mais famosos das bebidas alcóolicas. Por exemplo, a redução na troca de sinais no cerebelo reduz a coordenação motora. Já a atividade mais lenta no córtex pré-frontal e no sistema límbico junto com a liberação de dopamina diminui o autocontrole, a inibição
social e aumenta a propensão de fazer coisas das quais você vai se arrepender no dia seguinte.
A menor atividade no hipocampo diminui a sua capacidade de formar novas memórias e recuperá-las depois. O etanol também inibe a liberação de vasopressina pela hipófise. A vasopressina é um hormônio produzido no
hipotálamo e secretado pela hipófise que estimula os rins a conservarem água no corpo pra evitar a desidratação.
Como ela é inibida pelo álcool, você fica com muito mais vontade de fazer xixi e muito mais desidratrado também. Se você continuar bebendo, a tendência é que cada vez mais o seu corpo se desidrate e a sua ressaca vai ser cada vez pior.
Na tentativa de se hidratar, o seu corpo pode tentar roubar um pouco da água do seu cérebro e isso pode te levar às famosas dores de cabeça que acompanham a ressaca.
Diferentes fatores vão determinar a rapidez e a intensidade dos efeitos de curto prazo do álcool em uma pessoa. O fato da pessoa ter menos músculos no corpo, estar sem comer por mais tempo e consumir uma bebida com maior teor alcoólico tendem a piorar mais rapidamente a coordenação motora e o autocontrole, por exemplo.
Algumas pesquisas indicam que o consumo moderado de álcool pode trazer benefícios como menor chance de desenvolver doenças cardiovasculares,
diabetes do tipo 2 e pedras na vesícula biliar. Já outras pesquisas também mostram que mesmo o consumo moderado pode se relacionar com maior declínio cognitivo e prejuízos neurais em áreas como o hipocampo.
O consumo abusivo e frequente de álcool pode trazer vários prejuízos mais graves. A cirrose hepática é uma condição que pode resultar de danos no fígado ocasionados por anos de consumo abusivo de álcool.
Em casos extremos, a cirrose pode levar o fígado a parar de funcionar de tão sobrecarregado que ele foi e à morte da pessoa. Outros possíveis prejuízos são a gastriste, as úlceras e a pancreatite. Há também uma maior chance de desenvolver certos tipos de câncer como o câncer de esôfago, de estômago e da boca.
O transtorno por uso do álcool, normalmente conhecido como alcoolismo, envolve um uso frequente de álcool que acarreta em dificuldades na vida da pessoa e sofrimento. Essa pessoa consome com frequência mais álcool do que planejava e tem dificuldade de controlar o quanto bebe mesmo quando isso lhe causa prejuízos.
A pessoa se esforça para consumir álcool mesmo sabendo que isso pode piorar a sua situação, colocá-la em risco ou dificultar o alcance de metas importantes na sua vida. Outros sinais que a pessoa tende a exibir são a tolerância, a fissura e a abstinência. Já explicamos cada um desses conceitos em outro vídeo.
Esse transtorno também costuma impactar outras pessoas, já que ele leva muitas vezes a pessoa à violência, acidentes, prejuízos profissionais,
financeiros e nos relacionamentos. Um dos efeitos mais extremos do álcool no cérebro é o desenvolvimento do transtorno neurocognitivo induzido por álcool, também conhecido como síndrome de Wernicke-Korsakoff.
Essa é uma condição na qual várias regiões do cérebro se danificam e a pessoa passa a vivenciar graves dificuldades na memória, visão ou movimento.
O etanol é vastamente consumido ao redor do mundo. O seu consumo reduzido pode facilitar a interação social e talvez até beneficiar a saúde em alguns aspectos, mas o seu consumo abusivo e frequente tende a representar um fator de risco para a saúde das pessoas especialmente
quando o seu consumo se inicia na infância ou adolescência. Se gostou do vídeo, curta, mostre o nosso vídeo para outras pessoas e se inscreva no nosso canal!
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